Sexualidades

Na nossa sociedade, a hipocrisia é muita. Desde logo, quanto à sexualidade. O prazer é encarado como tabu. Em particular às mulheres, a história tem negado não apenas uma sexualidade livre, mas também a descoberta do seu corpo e do prazer que ele encerra. Há uma moralidade machista e bacoca que persiste e se perpetua nas escolas, na família, no trabalho. Com
mais ou menos subtileza, há valores de desigualdade entre homens e mulheres que se mantêm: como quando se decide quem lava a loiça em casa, quando se fazem as promoções nas empresas ou quando se vê de quem é a responsabilidade na gravidez.
Por outro lado, assistimos à campanha da direita, tantas vezes aliada à Igreja, em defesa da família tradicional e conservadora, à imposição da reprodução como fim último da sexualidade ou à maternidade como fatalidade na vida das mulheres.
A heterossexualidade é apresentada como a única forma possível de expressar a sexualidade e de amar.
Queremos ser livres para amar quem quisermos, longe do conservadorismo que esta sociedade nos tem imposto.
Além disso, contra o que alguns dizem, sabemos que a sida não se combate impondo padrões sexuais repressivos ou apelando à santa abstinência, mas com distribuição alargada e gratuita de preservativos e pílulas.