quarta-feira, março 15, 2006

Iraque: três anos de ocupação, três anos de resistência

Não posso deixar de tecer alguns comentários acerca da hipocrisia de manutenção que se continua a fazer em torno da Guerra do Iraque.
Os mortos são agora às centenas por semana, o perigo de guerra civil religiosa nunca foi tão grande, a unidade do país corre cada vez mais riscos, as condições de vida continuam a degradar-se. É este o Iraque que, três anos depois, a ocupação norte-americana gerou. A ideia de uma democracia iraquiana é tão mirífica quão falso era o pretexto das armas de destruição maciça que "justificou" a invasão.
O Iraque continua ocupado, persiste a destruição e o saque dos seus recursos, as violações cometidas pelos agressores seguem impunes, o direito internacional continua por aplicar. As “eleições” realizadas em clima de guerra e organizadas pelos ocupantes não passaram de uma fraude.
A política de guerra dos EUA prossegue. Depois da Palestina, do Afeganistão e do Iraque – o Líbano, a Síria e o Irão estão debaixo de mira. Em nome dos interesses imperialistas, as liberdades estão a ser amputadas mesmo nos países que se consideram baluartes da democracia e do direito.
Quem está contra esta guerra não pode assistir inerte à continuação da ilegalidade e da barbárie. Há que reunir as forças que se juntaram para tentar impedir a invasão – agora com o conhecimento da dimensão das violências cometidas contra o povo iraquiano.
Ainda me lembro de destacados intelectuais da nossa praça (pequena, por sinal), alguns deles supostamente informados, a reiterarem a ideia de que o Iraque tinha armas de destruição em massa, que eram um perigo para o mundo branco ocidental, e que as armas tinham de ser destruídas. Agora andam caladinhos que nem ratos.