ARMANDO TEIXEIRA ..."PETIT"

Porque infelizmente as homenagens só se fazem no fim,venho contrariar essa regra e decidi fazer uma homenagem a um jogador que ainda tem muito para dar quer no BENFICA quer na Selecção Portuguesa.

Petit tem sido, em praticamente todos os jogos nos quais participou nestes últimos 5 anos, o jogador-chave da equipa do Benfica. Apelidado de “arruaceiro”, “caceteiro” e “batoteiro” pelos adeptos de clubes adversários, o #6 do Benfica tem mostrado toda a sua categoria de “águia ao peito”. Raça, vontade, profissionalismo, dedicação e muita categoria – virtudes fulcrais para um jogador que ocupa a posição de trinco – são os elogios que melhor servem a Armando Teixeira.
É um jogador viril? É com certeza, na posição que joga é obrigatório que o seja, mas não é brutal nem demasiado violento. Até hoje nunca o vi cometer uma agressão ou mandar um colega de profissão para o hospital, ao contrário de outros unanimemente imaculados!
Petit é um verdadeiro jogador “à Benfica”!




Aliado às excepcionais características defensivas que possui e que o distinguem dos jogadores vulgares, Petit é, ainda, detentor de um pontapé fulminante. Apesar de nem sempre ser bem explorado, dá origem a golos magníficos como aqueles que apontou frente ao Marítimo e ao Rio Ave em 2005/06 ou ao Beira-Mar em 2004/05, e o grande golo a época passada na taça UEFA ao Paris Saint Germain.

Outra das suas grandes qualidades reside na magnífica capacidade de passe o que faz com que seja profícuo em assistências primorosas, algumas que têm originado golos muito importantes.




Armando Teixeira, filho de pais emigrados, nasceu em França onde residiu alguns anos na cidade de Estrasburgo. No regresso a Portugal ingressou nas Camadas Jovens do Boavista onde figurou até à idade sénior. Foi também aqui que “ganhou” a alcunha de Petit, muito pelo seu “afrancesado” português e pela baixa estatura. O início de carreira profissional foi complicado, com o Boavista a estipular sucessivas cedências a pequenos clubes como o Esposende, União de Lamas e Gil Vicente – treinado por Álvaro Magalhães, num espectacular 5º lugar – até que regressou à casa-mãe para se afirmar como “patrão” do melhor Boavista de todos os tempos e… Campeão Nacional em 2000/01.


Já internacional português e um jogador consagrado, aos 24 anos, solidificou a sua posição no Benfica. Logo no 1º ano, em 2002/03, assumiu-se como titular indiscutível e coordenador de todo o meio-campo – numa grande dupla com Tiago.
Com o grande timoneiro José António Camacho ao comando, o Benfica conseguiu alcançar o Vice-Campeonato – depois do Porto Campeão, com Mourinho – com uma grande fase final da temporada.


A época de 2003/04 fica marcada por uma grave lesão que impossibilita a sua utilização na equipa titular do Benfica, e na Selecção Nacional, por alguns meses. Regressou ainda a tempo de assegurar a titularidade na fase final da época – novamente no 2º lugar do Campeonato e conquistar o seu 1º título pelo Benfica, 7 anos depois da última conquista do clube. No Estádio Nacional ajudou a sua equipa a vencer o clube corrupto, por 2-1, na Final da Taça de Portugal.

Na época seguinte o Benfica concretizou o sonho de muitos benfiquistas e arrecadou o Campeonato Nacional, com Giovanni Trapattoni e Álvaro Magalhães no comando técnico.
Foi uma vitória muito suada e difícil mas, depois de 16 jornadas no topo da Liga, revelou-se justa.
E Petit foi novamente um dos jogadores mais importantes da equipa. A forma de jogar do #6, estendeu-se a toda a equipa e só com a raça e a determinação conhecidas foi possível conquistar o 31º Campeonato!

Contribuiu decisivamente para a grande carreira Europeia do clube, fazendo 9 partidas na Champions League e decidindo alguns jogos com as suas assistências.

Petit é, desde 2001, uma presença regular nas convocatórias para a Selecção Nacional. Tem permutado a titularidade com outros internacionais de grande valor – como Costinha e/ou Maniche – mas é indiscutivelmente uma peça importante na manobra da equipa. Os 5 anos e as 46 internacionalizações – com 4 golos, todos eles soberbos – deixam por terra todas as dúvidas sobre a experiência que possui e sobre a qualidade do seu futebol.



Aos 30 anos e com contrato até 2010, espera-se que termine a carreira de “manto sagrado” vestido mas com mais alguns títulos no bolso. E se acontecerem terão, de certeza, o grande Petit como um dos responsáveis!

Petit é um extraordinário jogador. Não há muitas contratações do Benfica que me tenham dado tanta alegria como quando Petit chegou ao Benfica. E felizmente tudo lhe correu bem e pode mostrar toda a sua categoria. É de longe o melhor trinco nacional e como Rafa Benitez ou Fergunson disseram um dos melhores da Europa!