Guerra

As guerras, lá onde se decide da vida e da morte, são-nos apresentadas como se fossem videojogos. São doses maciças de horror para justificar o ímpeto guerreiro de alguns governantes (que curiosamente, nunca as fazem , apenas mandam fazê-las). Como se de um conto de crianças se tratasse, as coisas são-nos apresentadas a preto e branco: de um lado, os
bons, do outro, o eixo do mal. As guerras que se fazem podem servir os interesses das indústrias de armamento, o sustento dos militares ou os projectos de dominação económica das potências imperiais, mas não servem os direitos dos povos.
A instituição militar profissional não pode ser desligada de uma ideologia de dominação autoritária, em que se desenvolvem formas de destruição industrializada. E o exército, como sabemos, é o culto da hierarquia, da obediência cega, o oposto da democracia. Basta termos a experiência de ir à inspecção ou à tropa para percebermos o que nos impõem: rituais de humilhação, machismo, xenofobia e homofobia, treinos de violência bárbara e um nacionalismo ao serviço dos poderosos de cada país.
Num país em que nos dizem que não há dinheiro para nada, compram-se submarinos e financia-se a guerra. Não se combatem, no entanto, os nossos verdadeiros inimigos: o desemprego, a exclusão, a precariedade, a falta de escolas e de universidades.